quarta-feira, 2 de março de 2011

O CARNAVAL GLAMOUROSO DE CLOVIS BORNAY




Ele é patrimônio do carnaval carioca. Com 37 anos de dedicação, CLOVIS BORNAY (1916-2005) deixou sua marca refinada na história do carnaval, criando fantasias luxuosas muito inspiradas e de conteúdos históricos. Museólogo (Museu Histórico Nacional), carnavalesco campeão da Portela ("Lendas e mistérios da Amazônia", 1970), e com passagens pelo Salgueiro e Mocidade Independente de Padre Miguel, ele foi o idealizador do célebre Baile de Gala do Theatro Municipal (1937) onde brilhou em muitas décadas e se celebrizou. Inspirado nos bailes de Veneza, instituiu o Desfile de Fantasias no baile, abiscoitando de cara o primeiro lugar com o Príncipe Hindu. De tanto vencer o concurso no decorrer dos anos, virou hors-concours, apenas desfilando mas não mais competindo.


Bem humorado de carteirinha, tirava sarro das ideias que lhe cercavam, bem no espírito carioca de viver. Assim, ele topou desfilar ao lado do não menos brincalhão Carlos Imperial fantasiado de Libélula Deslumbrada, fingindo uma rivalidade ensaiada. Os dois curtiram muito a brincadeira.
Mas seu rival nas passarelas foi Evandro de Castro Lima, costureiro baiano, outro campeoníssimo talento da história do nosso carnaval.


Em 1967, atua no delirante filme “Terra em Transe” a convite de Glauber Rocha, resultando em imagens emblemáticas do inquietante longa.


O luxo que CLOVIS BORNAY imprimiu em suas fantasias ilustrou enredos, histórias inspiradas em temas absolutamente surpreendentes, onde o homem culto e inteligente viajava na maionese. Sua imaginação voava.
A fantasia acima, Esplendor e Glória de Marte - Deus da Guerra, exaltava o avermelhado do planeta Marte, lembrando o sangue despejado por jovens guerreiros durante as batalhas. Marte, na visão de BORNAY, representou também a ação impulsiva, a vingança, a paixão e a virilidade. Os adereços de mão simbolizam as duas luas de Marte, Fobos e Deimos. Esta fantasia foi idealizada especialmente para o desfile do Baile do Copacabana Pálace, e teve o famoso costureiro Dener como responsável pela confecção.

Lembrar BORNAY no carnaval 2011, quando tentam reeditar os Desfiles de Fantasias, é resgatar para a memória contemporânea a figura de um artista brilhante, que trouxe o glamour para a festa, e se tornou ícone da cultura popular. O Centro de Referencia da Música Carioca está apresentando uma exposição dedicada a ele, com fotografias, medalhas, troféus, desenhos, documentário de sua passagem nas Escolas de Samba como carnavalesco e dez fantasias criadas e confeccionadas pelo designer.
Até o dia 17 de abril, a exposição pode ser visitada de terça a sábado, das 10h às 17h, com entrada franca. O endereço do Centro de Referencia é: rua Conde de Bonfim 824, na Tijuca. Curadoria de Neko Pedrosa.


Ilustração 1 : Site Página da Cultura por Theresa Pires.
Foto 4 : Site Saudades do Rio – Luiz D’
Foto 5 : Site Jamil Lado B

5 comentários:

  1. Sempre ligado no que é nosso Buka presta aqui uma bela homenagem ao carnaval carioca na figura de sua majestade Clovis Bornay. Estive com ele no set de Independencia ou Morte onde fazia um nobre. Belas fotos e bem informada narrativa caracteristicas do blog. Do velho ator emiliano queiroz.

    ResponderExcluir
  2. Ele foi meu vizinho e era querido por todo mundo da Prado Junior , Foi um baluastre de uma Copacabana que é outra coisa nos tempos atuais ,,é tudo tão diferente Saudade do Bornay da alegria que ele passava pra gente
    Soraia

    ResponderExcluir
  3. As brigas do Bornaycom Evandro viraram Em,ilinha X Marlene no carnaval. Dei muita risada com as duas se pegando no GLória,, no monte Líbano, no hotel Nacional!!!
    SUZETE BROWNN

    ResponderExcluir
  4. O Bornay, eu passei momentos aflitivos e divertidos ao mesmo tempo com ele. Nós ficamos presos num elevador cheio de gente no centro. Todo munmdo ficando histérico de nervoso e aí ele começou a rir, e contou piada, depois cantou uma musica de carnaval que ele cantava acho que era, Dondoca, Dondoca deixa de fofoca.Acho que ficamos mais de meia horas e ele conseguiu acalmar os animos. Quando nós saíamos foi todo mundo pedindo autografos e ele no maior dos bons hum,ores. Ele era fantástico uma figuraça muito bacana mesmo, autentico. Adorei lembrar porque ele deixou muita saudade nessa cidade. Teresa Rocha (Rio Comprido)

    ResponderExcluir